Aumento de casos da Covid-19 e os riscos diante das aglomerações nos feriados e festejos juninos na Bahia

14/06/2022 06:00 • 4m de leitura

Depois de alguns meses com queda no número de infectados pelo coronavírus, a Bahia volta a registrar ampliação nos índices de casos ativos de Covid-19. O cenário preocupa diante da proximidade dos festejos juninos, além de outras datas que prometem ser de muita aglomeração, como o feriado de Corpus Christi e as celebrações no 2 de Julho. Na edição desta semana do podcast ‘Eu Te Explico’, são discutidas as causas que levaram a essa nova onda de infecções e como é possível se preparar para que o pós-festa não pegue de surpresa a rede pública de saúde com alta demanda em hospitais e postos de saúde. Participam deste episódio a epidemiologista Maria Glória Teixeira, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e a doutora em saúde pública e diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro. O aumento no número de casos da Covid-19 está associado a uma série de fatores, como a não obrigatoriedade do uso das máscaras, a liberação de eventos sem limite de público e, principalmente, por conta de pessoas que ainda não completaram o ciclo de vacinação com todas as doses disponibilizadas gratuitamente à população. Para a professora Maria Glória Teixeira, que integra a Rede CoVida, formada por cerca de 150 pesquisadores da Ufba e Fiocruz, esse é o momento em que se faz necessário reforçar a mobilização para que as pessoas se vacinem. Isso inclui instalação de postos drive-thru, apelo das autoridades e uso de campanhas em veículos de comunicação de massa e redes sociais. “É preciso reforçar a vacinação, principalmente antes do São João. Isso é importante para a Bahia e para os estados do Nordeste onde vai ter São João.” O fato de boa parte da população estar vacinada é tido como crucial para que os novos casos da Covid-19 não tragam reflexos significativos no número de internações e óbitos. Isso porque as pessoas vacinadas que são infectadas pela primeira vez ou são reinfectadas, na maioria dos casos, apresentam quadros de sintomas leves. “Em geral, as infecções são mais leves, mas temos que evitar todas as infecções porque mesmo as mais leves têm chance de se tornar casos que se agravam”, completa a pesquisadora. De acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Márcia São Pedro, mais de oito milhões de baianos não completaram o esquema vacinal. E o risco é amplo também para um milhão de pessoas no estado que sequer tomaram a primeira dose. “Antes tínhamos uma barreira mecânica, que era a máscara. Hoje, nós temos também a vacina. Então, a vacina é a nossa grande aliada para que os números não voltem a crescer.” Márcia garante que, apesar de o governo federal ter declarado o fim da Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (Espin) por conta da Covid, a pandemia é uma realidade e o aumento no número de casos é acompanhado pelos profissionais da gestão da saúde na Bahia. Se após o São João houver aumento de casos com necessidade de internação, Márcia afirma que todas as medidas necessárias serão tomadas para evitar a maior propagação do coronavírus. “Se você olha para trás, em 2020 tínhamos um cenário sem vacina e com muitas hospitalizações, casos graves e óbitos. Hoje, quando observamos o número de casos, ainda não há uma necessidade clara de que seja necessário tomar medidas restritivas drásticas”, assinalou.

Leia também