O dólar opera em alta e bateu R$ 6 pela primeira vez na história nesta quinta-feira (28), com investidores atentos ao detalhamento do pacote de corte de gastos e da isenção do Imposto de Renda para contribuintes que ganham até R$ 5 mil. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, registrou mais uma forte queda. As medidas, anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um pronunciamento em rede nacional, preveem um corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. Entre as ações, estão uma limitação para o crescimento do salário mínimo, restrição para o abono salarial e uma alíquota de até 10% de imposto para pessoas que ganham mais de R$ 600 mil por ano. Além do pacote de corte, o governo também propôs isentar o Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, o limite de isenção é de R$ 2.824. O anúncio, no entanto, teve sabor agridoce para o mercado financeiro. Isso porque apesar de ter cumprido com a economia esperada, a isenção do IR ainda pode ter um alto custo para o governo. Às 15h10, o dólar subia 1,18%, cotado a R$ 5,9824. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029. Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124. O real tem sofrido uma desvalorização acentuada há semanas, conforme aumenta a cautela dos investidores com a condução das contas públicas brasileiras. Quando os gastos públicos estão elevados, o mercado passa a desconfiar da capacidade do país de arcar com suas dívidas no médio e longo prazo.
G1*