‘Aplicativo da segurança’ estimula usuários a alertar sobre pessoas suspeitas

18/12/2019 08:48 • 3m de leitura

Uma empresa especializada em consultoria de segurança sediada no Rio Grande do Sul criou no ano passado, um aplicativo que pode ser descrito como uma espécie de Waze do combate à criminalidade. O Be On, como foi batizado, segue a mesma lógica colaborativa do famoso aplicativo de trânsito, que alerta sobre situações suspeitas. O alerta é acionado após suspeitar de pessoas perambulando pelos arredores de um condomínio privado, passageiros de um carro parado que parecem estudar os arredores de uma região comercial, ou até mesmo uma moto com sujeitos mal-encarados fica rodeando determinado bairro. Ao presenciar uma situação que considere ‘estranha’, o usuário dá um alerta para toda a rede. Segundo informações do blog ‘Saída pela Direita’ da Folha, essa informação pode fazer com que os demais membros da comunidade evitem determinada área naquele momento. Policiais e forças de segurança que estejam conectados podem se dirigir ao local com mais presteza. A ferramenta está no ar desde abril de 2018 e já tem cerca de 40 mil usuários em 420 cidades do Brasil. Para ter acesso ao aplicativo, basta baixar o aplicativo, cadastrar-se e atuar como uma espécie de agente informal de segurança.  Segundo deu idealizador, Gustavo Caleffi, CEO da Be On, possíveis ocorrência de crimes são o principal chamariz da ferramenta, mas também podem ser dados alertas em casos como acidentes de trânsito, urgências hospitalares ou crianças perdidas, por exemplo. O serviço está disponível em todo o Brasil.  Ainda de acordo com informações publicadas pelo blog, o modelo de segurança colaborativa é inovador, mas também levanta uma série de questões legais e de respeito a direitos civis. A mais óbvia delas é a possibilidade de se criar uma cultura de alertas despropositados, afetando sobretudo cidadãos pobres e negros, que estão apenas passando por um local sem a menor intenção de cometer um crime. Caleffi diz que, para minimizar esse tipo de situação, o aplicativo tem um dispositivo de reconhecimento facial que borra o rosto da pessoa em questão, caso seja tirada e compartilhada uma foto. “Ninguém é exposto. No máximo você vai expor uma vestimenta, mas não a face”, diz ele, que afirma ter tido reuniões sobre o aplicativo com representantes do Ministério Público e do Judiciário.

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