Apagão pode ter gerado perda de R$ 2,2 milhões por hora para o comércio baiano

17/08/2023 06:10 • 4m de leitura

O apagão que atingiu o país ontem (15) causou perdas em vendas de R$ 2,2 milhões por hora, conforme estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). No estado, segundo a Neoenergia Coelba, a queda na luz ocorreu às 8h31, e o fornecimento com?pleto do serviço foi restabelecido às 14h07. “Quando se trata de eventos atípicos como esse é natural que haja um efeito sobre as compras por impulso, sobretudo, no momento em que ocorreu, no trajeto das pessoas ao trabalho, quando passam em mercados e supermercados para comprar um lanche para o dia ou numa loja de roupa para comprar algum item que precisa mais imediatamente”, explicou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze. O consultor pontuou, no entanto, que não entram no cálculo, por exemplo, veículos, eletrodomésticos, móveis, entre outros. “Pois independentemente do apagão, as pessoas comprariam depois. É o que se chama de compra programada”, ressaltou. Já o presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas) , Paulo Motta, apontou que houve mais de 70% de perdas de negócios, em função do apagão. Motta classificou o período como “difícil e problemático”, e ressaltou que foi marcado por “perdas consideráveis”. “A situação foi de muita dificuldade operacional para que a atividade econômica funcionasse de maneira segura. Temos uma expectativa, após ouvir a nossa comunidade em todo o estado, que houve mais de 70% de perdas de negócios, em função do apagão, já que toda a funcionalidade operacional ficou prejudicada, principalmente de acesso dos consumidores, de queda do sistema de informática, pix, cartões de crédito”, avaliou em entrevista ao Portal M!. A reportagem também entrou em contato com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) para falar sobre os efeitos do apagão no setor. No entanto, não houve retorno até a publicação desta matéria.

Metrô

Já no sistema metroviário, a CCR Metrô informou que cerca de 220 mil clientes deixaram de usar o equipamento durante o apagão. Conforme mostrado pelo Portal M!, passageiros precisaram abandonar os trens do metrô e caminhar pelos trilhos até uma estação mais próxima. O serviço só foi retomado por volta das 17h nas duas linhas que atendem Salvador e Lauro de Freitas.

Saúde

No setor da saúde, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que as unidades hospitalares da rede estadual possuem geradores e, por isso, não houve interrupção no atendimento, nem equipamentos danificados em função do apagão. Já na rede municipal de Salvador, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram acionados todos os geradores das 17 unidades de urgência e emergência. Segundo a SMS, durante a intercorrência, 1.043 pacientes foram acolhidos pela classificação de risco dessas unidades e 74 assistidos nas salas vermelhas, sendo 10 em ventilação mecânica. A pasta também indicou que o Hospital Municipal de Salvador funcionou normalmente. Na rede ambulatorial, postos básicos e multicentros, os “pacientes tiveram suas consultas e procedimentos remarcados. Já os imunológicos foram preservados pelas câmeras frias, que têm autonomia de 48 horas”. A SMS explicou ainda, que durante o “apagão”, mesmo dispondo de gerador e sistema em pleno funcionamento, as operadoras de telefonia não completavam as chamadas para o SAMU, motivo pelo qual tiveram de ser redirecionadas para o 190. Com o restabelecimento do serviço prestado pelas empresas de telecomunicação, as ligações voltaram a ser feitas normalmente ao 192 a partir do meio dia de ontem (15). A assessoria do órgão também informou não ter tido conhecimento de equipamentos danificados em função do apagão. Já na rede particular, a Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB) informou que as unidades hospitalares que contam com áreas de alta complexidade, possuem geradores que garantem a manutenção dos equipamentos e da infraestrutura, afim de garantir a assistência dos pacientes. Ainda segundo a entidade, as unidades ambulatoriais e de menor complexidade atenderam os pacientes dentro dos critérios técnicos e/ou remarcaram os pacientes que não conseguiram ser atendidos para o turno vespertino ou em agendas extras nos dias sequenciais, “sem causar nenhum tipo de prejuízo ao atendimento destas pessoas”.

Leia também