Alistamento militar voluntário feminino: inscrições abertas para mulheres de 18 anos

03/01/2025 03:46 • 4m de leitura

O Ministério da Defesa anunciou a abertura do alistamento militar voluntário para mulheres no Brasil, permitindo que jovens nascidas em 2007, que completarão 18 anos em 2025, possam se inscrever até o dia 30 de junho deste ano. Este é um marco significativo, pois é a primeira vez que o alistamento feminino ocorre no país de forma aberta, embora mulheres já integrem as Forças Armadas desde a década de 1980, especialmente em funções temporárias ou por meio de concursos públicos.

Vagas disponíveis e requisitos para inscrição

Neste ano, as Forças Armadas oferecerão 1.465 vagas para mulheres, distribuídas entre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. O Exército ficará com 1.010 vagas, a Aeronáutica com 300 e a Marinha com 155. A expectativa é que esse número aumente progressivamente, atingindo, eventualmente, 20% do total de vagas oferecidas nas Forças Armadas. As interessadas deverão se submeter a uma seleção que inclui entrevista, testes físicos e exames de saúde. O alistamento pode ser feito presencialmente nas juntas de serviço militar localizadas nas respectivas forças, ou pela Internet. A inscrição online pode ser realizada através do portal oficial das Forças Armadas. Após a inscrição, as jovens deverão aguardar o período de convocação, que ocorrerá entre o primeiro e o segundo semestre de 2026, conforme o cronograma estabelecido. A incorporação das candidatas será dividida em dois períodos: de 2 a 6 de março ou de 3 a 7 de agosto de 2026. O serviço militar terá uma duração inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado por até 8 anos, conforme a necessidade das Forças Armadas.

Exigências de residência e seleção

Para se inscrever, as interessadas devem residir em um dos 28 municípios previstos no Plano Geral de Convocação, que abrange cidades de 14 estados. Entre os municípios selecionados estão grandes centros urbanos como Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, além de cidades do interior, como Águas Lindas de Goiás e Corumbá. Cada candidata poderá optar pela força que deseja integrar. Na Marinha, as mulheres serão incorporadas como marinheiros-recrutas; no Exército, como soldados; e na Aeronáutica, como soldados de segunda classe. A seleção exigirá que as candidatas possuam condições físicas adequadas e estejam em conformidade com os requisitos de saúde estipulados pelas Forças Armadas.

Golpes e segurança no alistamento

Com o processo de alistamento sendo realizado também pela Internet, as Forças Armadas alertaram para o aumento de golpes envolvendo sites fraudulentos. Golpistas têm atraído candidatos com a promessa de facilitar a emissão de certificados militares em troca de pagamentos. As Forças Armadas enfatizam que qualquer pagamento relacionado ao alistamento deve ser feito exclusivamente através da plataforma oficial, disponível no portal de alistamento. As candidatas devem estar atentas e evitar clicar em links suspeitos que podem comprometer sua segurança financeira e dados pessoais.

Aumento da participação feminina nas Forças Armadas

O ingresso de mulheres nas Forças Armadas brasileiras já acontece há mais de 30 anos, mas a abertura do alistamento feminino voluntário é um avanço significativo. Atualmente, cerca de 37 mil mulheres compõem o efetivo, representando 10% do total de militares. Elas desempenham funções principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística. Além disso, algumas mulheres ingressam nas áreas combatentes por meio de concursos públicos, como o Colégio Naval, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar.

Muita Informação*

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