De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a semana teve início com fluxo inexpressivo de negócios no mercado físico do boi gordo. Segundo o analista Fernando Iglesias, o volume negociado acaba ficando totalmente concentrado no atendimento ao mercado doméstico e a destinos menos relevantes na pauta de exportação. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram alta em toda a curva pelo segundo dia consecutivo. Porém, enquanto não houver posicionamento da China, os preços terão variações bem limitadas. O ajuste do vencimento para setembro passou de R$ 301,35 para R$ 302,50, do outubro foi de R$ 306,05 para R$ 307,85 e do novembro foi de R$ 315,00 para R$ 317,05 por arroba.
Milho: indicador do Cepea volta a ficar abaixo de R$ 93 por saca
O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), teve um dia de preços mais baixos. A cotação variou -0,92% em relação ao dia anterior e passou de R$ 93,67 para R$ 92,81 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 18%. Em 12 meses, os preços alcançaram 56,8% de valorização. Na bolsa brasileira, a B3, a grande maioria dos contratos futuros do milho apresentaram recuo e apenas o vencimento para maio/2022 teve alta. O ajuste do vencimento para novembro foi de R$ 93,25 para R$ 92,77, do janeiro de 2022 passou de R$ 94,53 para R$ 94,08, do março foi de R$ 94,47 para R$ 93,82 e por fim, do maio saiu de R$ 88,83 para R$ 89,23 por saca.
Soja: cotações seguem Chicago e têm desvalorização
O indicador da soja do Cepea, calculado com base nos preços praticados no porto de Paranaguá (PR), seguiu Chicago e teve desvalorização. A cotação variou -1,03% em relação ao dia anterior e passou de R$ 175,44 para R$ 173,64 por saca. Desse modo, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 12,83%. Em 12 meses, os preços alcançaram 20,15% de valorização. Na bolsa de Chicago, as cotações dos contratos futuros da soja chegaram ao segundo dia consecutivo em queda e se afastaram ainda mais do nível de US$ 13 por bushel. O dia foi marcado por aumento da aversão ao risco no mercado internacional. O vencimento para novembro recuou 1,68% na comparação diária e passou de US$ 12,84 para US$ 12,624 por bushel.
Café: preços caem no Brasil, diante de queda em Nova York
De acordo com a Safras & Mercado, as cotações do café no Brasil recuaram, seguindo a queda observada em Nova York. No sul de Minas Gerais, o arábica bebida boa com 15% de catação passou de R$ 1.080/1.085 para R$ 1.065/1.070, enquanto que no cerrado mineiro, o bebida dura com 15% de catação foi de R$ 1.085/1.090 para R$ 1.070/1.075 por saca. Na bolsa de Nova York, as cotações do café arábica também foram penalizadas pelas quedas observadas em vários mercados, em virtude do aumento do pessimismo em relação à economia da China. O vencimento para dezembro, o mais negociado atualmente, teve desvalorização de 2,04% na comparação diária e passou de US$ 1,864 para US$ 1,826 por libra-peso.
No exterior: crise com empresa imobiliária na China gera pessimismo nos mercados
Uma das maiores incorporadoras da China, a Evergrande, corre o risco de não ser capaz de pagar suas dívidas. Com isso, os mercados globais tiveram aumento do pessimismo e fortes quedas disseminadas nas principais bolsas. O temor é que uma crise imobiliária na China acabe afetando todo o setor financeiro mundial credor das dívidas. Os investidores ainda também seguem atentos à reunião de política monetária do Banco Central dos Estados Unidos. É esperada a manutenção do nível de juros, mas também comunicação sobre a retirada de estímulos econômicos para os próximos encontros. Com a queda nos mercados, alguns analistas já apostam que o FED mude de ideia sobre a redução nos estímulos.
No Brasil: apreensão externa faz Ibovespa ficar abaixo dos 110 mil pontos
O aumento da aversão ao risco causado pelo risco de crise imobiliária na China penalizou o Ibovespa novamente. Dessa forma, o principal índice de ações da bolsa brasileira recuou 2,33% na comparação diária e ficou cotado aos 108.843 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,93% e passou de R$ 5,282 para R$ 5,331. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro, a balança comercial brasileira teve um saldo positivo de US$ 2,407 bilhões. O resultado veio de uma soma de US$ 14,468 bilhões em exportações e de US$ 12,060 bilhões em importações. Com a suspensão de exportações de carne bovina para a China, o saldo teve uma queda anual de 17,1%.