Acelen investe US$ 3 bilhões e inicia plantio de macaúba na Bahia para produção de diesel e combustível sustentável

22/05/2025 06:27 • 5m de leitura

A Acelen Renováveis deu início, nesta quarta-feira (21), ao plantio de macaúba em sua primeira fazenda-modelo, localizada no município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. A ação marca uma nova etapa no projeto de produção de combustíveis renováveis da empresa, voltado à geração de SAF (combustível sustentável de aviação) e diesel renovável (HVO) no Brasil. A propriedade escolhida, chamada Fazenda Campinas, receberá inicialmente cerca de 200 hectares de plantio, com previsão de atingir 1.500 hectares cultivados na região. Ao todo, mais de 800 mil mudas de macaúba estão sendo transferidas do viveiro da empresa em Mucugê, na Chapada Diamantina.

Autoridades e comunidade participaram de plantio simbólico

O plantio simbólico contou com a presença de lideranças comunitárias, autoridades locais e representantes da Acelen. Estiveram presentes Marcelo Cordaro, COO da Acelen Renováveis; Marcelo Lyra, vice-presidente de Comunicação, ESG e Relações Institucionais da Acelen; e João Raful, vice-presidente de Recursos Humanos e Responsabilidade Social. Entre os representantes do poder público estavam a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (PT), a vice-prefeita Cristina Soares, o secretário municipal de Agricultura e Pesca, Diego Araújo, e o secretário de Obras e Meio Ambiente, João Salomão. Também participaram o presidente da Câmara dos Vereadores, Josmar Barbosa, os secretários estaduais Angelo Almeida (Desenvolvimento Econômico) e Pablo Barrozo (Agricultura), e a deputada estadual Fabiola Mansur. O secretário Angelo Almeida destacou os avanços do estado com o Protener e investimentos em energias renováveis. “Grandes projetos como este traz uma nova expectativa para o mundo e está sendo desenvolvido em Cachoeira, colocando a Bahia como protagonista da economia verde e da produção de biocombustíveis”, afirmou.

Critérios técnicos definiram localização da fazenda-modelo

De acordo com Marcelo Cordaro, a escolha da área foi baseada em critérios técnicos e legais. “Observamos a legislação, a realidade de ocupação no campo e o terreno escolhido oferece condições agronômicas para a produção da macaúba. Além disso, a área está próxima de São Francisco do Conde, onde será construída nossa biorrefinaria”, explicou. O projeto prevê a geração de empregos, aumento da arrecadação de impostos, melhorias no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região e recuperação ambiental. A expectativa é que cerca de 200 pessoas sejam contratadas para atuação direta na fazenda-modelo. Cordaro reforçou a atuação da empresa na região. “Nosso compromisso com a região é forte e já mostramos o impacto positivo da nossa chegada há 3 anos com a Refinaria de Mataripe. Agora, é a vez da Acelen Renováveis participar e apoiar o desenvolvimento de Cachoeira”, disse.

Cachoeira assume papel de destaque na transição energética

Durante o evento, a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, ressaltou o simbolismo da iniciativa, e afirmou que o município volta a assumir o “pioneirismo e protagonismo” na transição energética global. “Este é um momento histórico e de esperança na transformação da realidade econômica dos agricultores familiares e da região”, afirmou.

Engajamento com comunidades e projeções para produção de biocombustíveis

A equipe de Responsabilidade Social da Acelen Renováveis tem promovido encontros com comunidades do entorno da fazenda para apresentar o projeto e suas implicações. A previsão da empresa é iniciar a produção de SAF e diesel renovável com óleo vegetal e gordura animal não comestível em 2027, e com óleo de macaúba a partir de 2030.

Desenvolvimento tecnológico e investimentos previstos

O Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial – Acelen Agripark, em construção em Montes Claros (MG), é uma das bases do projeto e será fundamental para o desenvolvimento da cadeia produtiva da macaúba. A planta é nativa do Brasil e tem alto poder energético, podendo ser até 10 vezes mais produtiva que a soja por hectare. Outro marco foi alcançado com a primeira extração industrial de óleo de macaúba em fluxo contínuo, utilizando tecnologia inédita. A empresa prevê um investimento inicial de US$ 3 bilhões para sua primeira unidade integrada de produção de biocombustíveis, que será implantada em São Francisco do Conde (BA). Serão 180 mil hectares cultivados em áreas degradadas da Bahia e Minas Gerais, com capacidade de produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano.

Parcerias e impactos sociais

Cerca de 20% das plantações do projeto serão realizadas por agricultura familiar e pequenos produtores, o que poderá gerar até 85 mil empregos diretos e indiretos e injetar US$ 40 bilhões na economia brasileira nos próximos dez anos. Os biocombustíveis serão drop-in, ou seja, não exigirão ajustes nos motores e poderão reduzir até 80% das emissões de CO₂ em comparação aos combustíveis fósseis, sem considerar o sequestro de carbono da plantação.

Muita Informação*

Leia também