O empresário Paulo Marinho disse à Folha de S.Paulo que a Polícia Federal contou para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que a Operação Furna da Onça ia ser deflagrada em 2018. A operação é 1 desmembramento da Lava Jato, investiga desvio de dinheiro e 1 suposto esquema de rachadinha na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio) e atingiu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio. Os policiais também teriam “segurado a operação” para que ela não fosse feita antes do 2º turno das eleições de 2018 e atrapalhasse a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República. O senador é o filho mais velho do presidente. Paulo Marinho é o suplente de Flávio no Senado. A entrevista à Folha foi publicada no fim da noite de sábado (16). De acordo com Marinho, Flávio Bolsonaro lhe contou sobre a antecipação das informações da PF na operação que atingiu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Alerj, em dezembro de 2018 –depois que Bolsonaro já tinha sido eleito com 55,2% dos votos. Na ocasião, Flávio queria que o empresário lhe indicasse 1 bom advogado criminal e estava “absolutamente transtornado”. De acordo com Marinho, a conversa com Flávio explica o interesse do presidente Bolsonaro em ter alguém de sua confiança na chefia da Polícia Federal, assim como disse o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) ao pedir demissão. Marinho foi 1 dos nomes mais importantes na candidatura de Bolsonaro ao Planalto, chegando a emprestar sua casa para montar a estrutura da campanha do militar. Atualmente, é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB. Segundo Marinho, Flávio foi avisado sobre a operação Furna da Onça entre o 1º e o 2º turno das eleições de 2018 por 1 delegado que era simpatizante da candidatura de Bolsonaro. Os pleitos daquele ano foram realizados em 7 e 28 de outubro, respectivamente. O delegado teria aconselhado também Flávio a demitir Queiroz e a filha de seu gabinete na Alerj. Assim foi feito. Em 15 de outubro de 2018, os 2 foram afastados.