O Criador pode dizer a cada um de nós: Antes de te haver formado no ventre materno, Eu já te conhecia (Jr 1, 5). Fomos concebidos no coração de Deus e, por isso, cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário.
Acredite, estamos num momento extraordinário o qual o planeta está passando por renovações magnificas. Se tivermos presente à complexidade da crise ecológica e as suas múltiplas causas, deveremos reconhecer que as soluções não podem vir duma única maneira de interpretar e transformar a realidade. É necessário recorrer às diversas riquezas culturais dos povos, raças e nações, a arte a poesia, a vida interior e a espiritualidade para mudarmos a humanidade. Em tão pouco tempo tudo muda rapidamente, todas as nações do mundo se ajoelham perante o universo e ao mundo invisível. Nesse momento nenhum dinheiro do mundo pode aplacar a situação de medo, dor e aflição que habita no momento, os corações dos seres humanos. O mundo do capitalismo e materialismo, descobre que do dinheiro acumulado, finalmente não pode comprar a vida, tão pouco pode comer e respirar o ouro. A humanidade estava completamente mergulhada nas trevas, na escuridão e na ignorância, sem Deus e sem luz.
A sociedade que parecia ser eterna, parece está condenada a destruição, mas ainda não é o nosso fim, pois uma nova era se levanta, para mudar a rota do universo. “Não somos Deus”. A terra existe antes de nós e foi-nos dada. Isto permite responder a uma acusação lançada contra o pensamento judaico-cristão: foi dito que a narração do Génesis, que convida a «dominar» a terra (cf. Gn 1, 28), favoreceria a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador”. Enquanto isso acontece, o Planeta Terra, organismo vivo para manter a humanidade em pé, se descansa e aproveita a ausência do homem para se cura e se refazer em toda parte do mundo. Os rios estão ficando correndo com leveza e se cristalizando, as matas e floresta estão livres do corte do machado e da foice, a terra agora pode respirar como uma mulher depois do parto e recompor seus minérios, o ar está cada vez mais puro, livre das chaminés dos carros e das fabricas, as praias com seus habitantes podem viver o seu silencio e suas ondas podem irem e virem sem a presença do bicho homem, o céu pode abrir-se e o mundo contemplar as estrelas, o sol brilhar diante daqueles que antes não o contemplava. “Por outro lado, São Francisco, fiel à Sagrada Escritura, propõe-nos reconhecer a natureza como um livro esplêndido onde Deus nos fala e transmite algo da sua beleza e bondade: «Na grandeza e na beleza das criaturas, contempla-se, por analogia, o seu Criador» (Sab 13, 5) e «o que é invisível n’Ele – o seu eterno poder e divindade – tornou-se visível à inteligência, desde a criação do mundo, nas suas obras» (Rm 1, 20). Por isso, Francisco pedia que, no convento, se deixasse sempre uma parte do horto por cultivar para aí crescerem as ervas silvestres, a fim de que, quem as admirasse, pudesse elevar o seu pensamento a Deus, autor de tanta beleza.[21] O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério gozoso que contemplamos na alegria e no louvor”. Enquanto tudo isso acontece, o mundo descobre a palavra magica “ solidariedade” um sentimento novo se levanta no coração da humanidade, e o homem descobre que ele é parte de um todo, e que viver para si empobrece o seu viver, e que somo tão iguais , muito mais do que imaginávamos, e isso, deixa de lado “ o egoísmo e o sentimento de auto suficiência” a situação deixa evidente quem não seremos mais os mesmos, pois os futuros moradores do planeta Terra agora entenderam que existe alguém que rege o universo, essa pessoa chama-se Deus. É a Ele que devemos nos reder e reverenciar em nossos negócios e projetos, pois ao nascer não trouxemos nada e tão pouco levaremos, tudo que temos nada é nosso, mas é de Deus e de todos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto» (Rm 8, 22). Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra (cf. Gn 2, 7). O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos”. O vírus que por hora ameaça, tem como alvo a raça humana e não os animais, pois somos os destruidores deste mundo, bem diferentes dos animais. Tal situação nos abençoa e nos ensina que a dor é a grande professora da vida, já visto que o homem muitas vezes aprende no caos, e que certas lições podem ser aprendidas com as mais diversas essa situações. Pois, sabemos que determinadas situações que nos acontece, só podem ser percebido pelo espírito e não pela matéria. Entender que o que nos acontece nesse momento, é uma oportunidade única para mudar a nossa vida, e que não é necessário entramos numa catástrofe para aprendermos sermos fraternos e solidários, pois somos parte de um todo, junto a natureza e que se faltar uma peça do quebra cabeça, ela fará falta para o coletivo. Sabemos que dores, lágrimas e sofrimentos ainda serão sentido nos próximos anos, porém quem viver verá que dias melhores virão. “Nada do que foi será /De novo do jeito que já foi um dia/Tudo passa, tudo sempre passará/A vida vem em ondas, como um mar/Num indo e vindo infinito/Tudo o que se vê não é Igual ao que a gente viu há um segundo/Tudo muda o tempo todo no mundo/Não adianta fugir/Nem mentir pra si mesmo agora/Há tanta vida lá fora/Aqui dentro, sempre/Como uma onda no mar”. Lulu Santos. Construirmos uma sociedade com pessoas responsáveis, comprometidos e livres das amarras deste mundo materializado é fundamental para o planta e seus habitantes. Pois, “Enquanto cultivar quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, «guardar» significa proteger, cuidar, preservar, velar. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras. Em última análise, «ao Senhor pertence a terra» (Sl 24/23, 1), a Ele pertence «a terra e tudo o que nela existe» (Dt 10, 14). Por isso, Deus proíbe-nos toda a pretensão de posse absoluta: «Nenhuma terra será vendida definitivamente, porque a terra pertence-Me, e vós sois apenas estrangeiros e meus hóspedes» (Lv 25, 23)”.
Referencia bibliográfica – (aqui)
Artigo da Psicóloga Gilma Reis