

O Pix alcançou um novo patamar de movimentação financeira ao registrar 297,4 milhões de transações em apenas um dia, na última sexta-feira (28). Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (1º) e mostram que o sistema de pagamentos instantâneos atingiu R$ 166,2 bilhões movimentados, também um recorde. O desempenho superou o resultado anterior, observado no dia 5 de setembro, quando o Pix havia somado 290 milhões de operações. O volume registrado demonstra o aumento progressivo do uso da ferramenta ao longo de 2025 e mostra seu papel como uma das principais plataformas financeiras do país. “O resultado é mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”, diz o Banco Central, em nota.
O salto no número de transações coincidiu com dois fatores considerados determinantes. O primeiro foi a Black Friday, que tradicionalmente eleva o fluxo de compras, especialmente no varejo digital. O segundo foi o prazo final para o pagamento da primeira parcela do 13º salário, que gerou maior circulação de valores entre empresas e trabalhadores. Segundo o Banco Central, esses elementos contribuíram para que o sistema operasse no seu limite histórico, mantendo estabilidade mesmo diante de um volume significativamente superior à média diária.
Em novembro, o Pix completou 5 anos desde sua criação, consolidando-se como uma ferramenta de amplo alcance no país. Atualmente, o sistema contabiliza cerca de 890 milhões de chaves cadastradas e integra a rotina financeira de mais de 170 milhões de brasileiros. Desde o lançamento, em 16 de novembro de 2020, até setembro de 2025, o Pix movimentou R$ 85,5 trilhões, evidenciando sua relevância como infraestrutura pública digital. O Banco Central considera que a plataforma ampliou o acesso aos serviços financeiros, estimulou a competição entre instituições e modernizou o mercado de pagamentos no Brasil.
Nos últimos anos, o Pix recebeu aprimoramentos que visam aumentar a segurança e reduzir mecanismos de fraude. Entre as novidades, está a ampliação das regras para devolução de valores. Anteriormente, a devolução só era possível a partir da conta utilizada pelo fraudador, o que dificultava a recuperação do dinheiro quando eram realizadas transferências ou saques rápidos. Com as mudanças, o processo de rastreamento tornou-se mais eficiente, ampliando as possibilidades de reaver recursos desviados.
O crescimento constante do Pix exerce influência direta no consumo e na circulação de capital no país. A facilidade para pagamentos instantâneos, sem tarifas para pessoas físicas, tornou o sistema um meio preferencial em transações do dia a dia, compras online e transferências entre indivíduos. Com novos recordes sucessivos, especialistas do setor apontam que o Pix deve continuar expandindo seu uso, especialmente com a implementação futura de funcionalidades adicionais, como pagamentos agendados, Pix automático e integração com plataformas internacionais.
As novas regras do Banco Central para o Pix, em vigor desde a última terça-feira (23), permitem acompanhar valores desviados em golpes por até cinco níveis de transferência, ampliando significativamente o alcance do rastreamento. A atualização do Mecanismo Especial de Devolução (MED 2.0) autoriza múltiplas solicitações de devolução e possibilita que o dinheiro seja recuperado mesmo após passar por diversas contas, superando a limitação anterior, que restringia a análise apenas ao primeiro destino dos recursos. Com a mudança, o BC espera aumentar a identificação de contas usadas em fraudes, acelerar o processo de contestação — que poderá ser realizado diretamente no aplicativo, de forma digital — e reduzir a eficácia da estratégia de fragmentação de valores empregada por criminosos.
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