INSS cria comitê estratégico para reduzir fila de 2,8 milhões de pedidos e acelerar análise de benefícios

24/11/2025 06:58 • 3m de leitura

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) criou um comitê estratégico com o objetivo de reduzir uma fila de 2,8 milhões de pedidos de benefícios. A lista inclui solicitações de aposentadoria, pensão e salário-maternidade. A iniciativa ocorre em meio a um aumento de 23% no volume de novos pedidos recebidos pela autarquia. De acordo com apuração da Agência Brasil, a proposta para o novo comitê é monitorar, avaliar e propor soluções para o crescente volume de solicitações. O INSS argumenta que, apesar do crescimento no número de pedidos na fila, o tempo médio para a concessão de benefícios tem apresentado queda. Atualmente, esse período é de 35 dias.

Foco do comitê em pendências e prazo de trabalho

Conforme dados do INSS, a fila de 2,8 milhões de pedidos é composta de diferentes tipos de pendências. Há 920 mil processos que podem ser resolvidos diretamente pelo Instituto. Estes casos estão sob a governabilidade do próprio órgão. Além dos casos internos, o novo comitê vai buscar “soluções e melhorias” para 1,9 milhão de pedidos que apresentam pendências externas. Estes casos envolvem a ausência de documentos e a biometria. O prazo final para os trabalhos do comitê é 30 de junho de 2026.

Ex-presidente do INSS recebia R$ 250 mil em propinas, diz PF

O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, recebia R$ 250 mil em propinas, segundo relatório da Polícia Federal (PF) que detalha o pagamento mensal feito pela organização criminosa responsável por fraudar descontos em aposentadorias e pensões vinculados à Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer). O documento da PF aponta que o ex-gestor utilizava empresas de fachada para camuflar a origem dos valores, que eram repassados a partir do esquema de descontos indevidos em massa. No dia 13 de dezembro, ele foi preso por ordem do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação indicOU que Stefanutto tinha influência direta na Conafer e que parte dos repasses foi realizada entre junho de 2023 e setembro de 2024. Segundo os investigadores, ele era identificado pelo codinome “Italiano” e mantinha participação ativa no funcionamento do esquema, que atuava a partir de fraudes em cadastros de aposentados.

Stefanutto foi preso em nova fase da Operação Sem Desconto

Stefanutto foi preso durante a nova fase da Operação Sem Desconto, que teve como base um relatório da PF que sustenta a atuação do ex-presidente do INSS como facilitador das fraudes. A corporação registrou que ele utilizou uma pizzaria, uma imobiliária e um escritório de advocacia para ocultar pagamentos recorrentes relacionados ao esquema. “Ficou claro que, em troca de sua influência, Stefanutto recebia propinas recorrentes, utilizando diversas empresas de fachada para ocultar os valores. O valor mensal de sua propina aumentou significativamente para R$ 250 mil após assumir a presidência do INSS. Seus pagamentos provinham diretamente do escoamento da fraude em massa da Conafer”, disse a PF. Os investigadores destacaram que, antes de assumir o comando do INSS, Stefanutto atuou como procurador do órgão e teria contribuído para a celebração do Acordo de Cooperação Técnica firmado com a Conafer em 2017. Segundo o relatório, esse vínculo favoreceu a manutenção das fraudes.

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