
A Petrobras concluiu a licitação para a contratação de serviços de operação e manutenção das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), paradas desde 2023. As unidades, arrendadas à iniciativa privada desde 2020, terão suas operações retomadas até o final deste ano, segundo a estatal. O contrato, anunciado nesta terça-feira (16), foi firmado com a empresa Engeman e terá duração de até 5 anos, contemplando o retorno das atividades nas unidades de Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE). “A previsão é que a posse para a Petrobras seja restabelecida no mês que vem, prazo no qual a Unigel desmobilizará suas equipes e realizará demais processos do encerramento do arrendamento”, informou a companhia em nota. A retomada envolve não apenas a produção das fábricas, mas também a operação dos terminais marítimos de amônia e ureia no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia.
Na Fafen-BA, a produção será de amônia, ureia perolada e ARLA-32. Já a Fafen-SE terá produção de amônia, ureia perolada e ureia granulada. A Petrobras destacou que o contrato deve gerar cerca de 800 empregos diretos e indiretos, priorizando a mão de obra local, fortalecendo o setor de fertilizantes na região Nordeste. A estatal reforçou que o acordo tem como objetivo garantir uma solução definitiva e economicamente viável para o suprimento de fertilizantes no mercado brasileiro. Após a homologação do contrato, será realizada nova licitação para a contratação de serviços de operação e manutenção das unidades, conforme o plano de negócios da empresa. As fábricas foram arrendadas à Proquigel em 2019 e permaneceram paradas desde 2023 devido a dificuldades financeiras. A retomada das operações integra a estratégia da Petrobras de valorizar a produção e comercialização de produtos nitrogenados, conciliando a atividade com a cadeia de óleo e gás natural e os projetos de transição energética.
Em maio, quando a Petrobras oficializou a retomada da fábrica instalada no Polo Industrial de Camaçari, o prefeito Luiz Caetano (PT), que atuou diretamente nas articulações pela reabertura da unidade desde o período em que ocupava a Secretaria de Relações Institucionais do governo estadual, celebrou a nova fase. “A retomada da Fafen é uma vitória histórica para Camaçari, para a Bahia e para o Brasil. Fruto do empenho do nosso governo estadual, liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues, e do presidente Lula, que têm trabalhado pela reindustrialização do país”, disse o prefeito. A Fafen-BA tem capacidade instalada para produzir 1,3 mil toneladas de ureia por dia, além de outros produtos como amônia, gás carbônico e Arla 32, essenciais para a agricultura, indústria e transporte. A paralisação da unidade em 2023 gerou impactos diretos sobre a economia local e nacional, evidenciando a vulnerabilidade do Brasil em relação à produção de fertilizantes insumo do qual o país ainda importa cerca de 80%. “A reindustrialização é o caminho para reduzir desigualdades, gerar oportunidades e garantir um futuro sustentável”, disse Caetano. Segundo o prefeito, a reativação da planta representa não apenas a recuperação da capacidade produtiva nacional, mas também uma resposta às demandas do setor agroindustrial por insumos estratégicos. Localizada em um dos maiores complexos industriais integrados do Hemisfério Sul, a Fafen é considerada peça-chave para a integração com outras cadeias da indústria química e petroquímica. “Estamos falando de uma indústria que representa emprego, renda e desenvolvimento para Camaçari e toda a Região Metropolitana de Salvador. A reabertura da Fafen também significa reduzir a dependência do Brasil na importação de fertilizantes, algo fundamental para nossa segurança alimentar”, concluiu o prefeito.
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