O presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Jr., negou neste domingo (14) que o partido tenha tratado de indicações para a futura Secretaria Estadual para Assuntos do Sistema Rodoviário Ponte Salvador–Ilha de Itaparica (Seponte). A nova pasta depende da aprovação da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para ser criada e deve administrar o projeto da ponte até a transferência da gestão para uma Parceria Público-Privada (PPP).
A negativa do dirigente veio após a circulação de informações de bastidores apontando a ex-secretária Andrea Mendonça, sua irmã, como nome já definido para o cargo. Em resposta ao Classe Política, Félix foi categórico ao afirmar: “Zero conversa sobre o assunto”. A declaração contrasta com a leitura política de setores da base, que enxergam no PDT um dos principais aliados do governo Jerônimo Rodrigues e apontam tratativas avançadas para a ocupação do espaço. Nos últimos meses, o partido chegou a pleitear a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), mas o posto foi entregue ao professor Márcio Gomes, aliado próximo do governador. A criação da Seponte surgiu como alternativa para atender ao PDT dentro do arranjo político da base governista.
Apesar da negativa pública, Félix Mendonça Jr. tem mantido proximidade com o governo estadual. Na semana passada, ele esteve em agenda oficial com Jerônimo Rodrigues em Vera Cruz, município diretamente impactado pela futura ponte Salvador–Itaparica. O encontro foi interpretado como um gesto de alinhamento entre os pedetistas e o Palácio de Ondina. Na Assembleia, a expectativa é de que o projeto de lei seja votado ainda em setembro, com maioria garantida pela base governista. A resistência deve partir apenas da oposição e do deputado Hilton Coelho (PSOL). Caso a proposta seja aprovada, caberá ao governador oficializar o nome do titular da nova secretaria.
O governador Jerônimo Rodrigues enviou o projeto de lei à AL-BA no último dia 9. Segundo ele, a Seponte terá caráter provisório e estrutura “enxuta”, voltada exclusivamente para coordenar o cronograma e a execução das obras da ponte até a formalização da PPP. Em reunião no Centro de Operações e Inteligência (COI), em Salvador, Jerônimo ressaltou a necessidade de uma gestão “firme e bem definida”. Já o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, destacou que a criação da Seponte se insere em um conjunto mais amplo de projetos de mobilidade urbana na Região Metropolitana. Entre eles, estão os investimentos previstos de R$ 42,6 bilhões até 2025, que incluem o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a nova rodoviária de Salvador e o Tramo IV do metrô.
O projeto da ponte Salvador-Itaparica prevê início das obras em junho de 2026 e será executado em cinco etapas. O plano inclui os acessos viários em Salvador, a construção da estrutura principal de 12,4 quilômetros, a chegada à Ilha de Itaparica, o desvio de Mar Grande e a duplicação de parte da BA-001 entre Cacha Pregos e a cabeceira da Ponte do Funil. O investimento total está estimado em R$ 12 bilhões, com participação de recursos privados e contrapartida do Estado. A obra deve gerar cerca de sete mil empregos diretos e indiretos, além de transformar a dinâmica econômica da região. O governo aposta que a ponte ampliará o turismo, integrará a Ilha de Itaparica ao polo econômico de Salvador e facilitará o acesso a serviços públicos e privados.
Muita Informação*
