

A chegada do mês de agosto traz consigo uma das datas mais significativas para o varejo nacional: o Dia dos Pais. Em 2025, a expectativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-BA) é de um desempenho positivo para o comércio varejista baiano, com previsão de crescimento médio de 2% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. A projeção considera os segmentos mais diretamente ligados à data, como vestuário e calçados, eletroeletrônicos, farmácias e perfumarias. Segundo o levantamento da entidade, o faturamento desses setores deve alcançar a marca de R$ 3 bilhões em todo o Estado. Embora o crescimento estimado seja mais modesto do que o registrado em 2024, quando houve avanço de 10%, o resultado é considerado significativo por especialistas, diante do atual cenário macroeconômico.
De acordo com o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, a comparação com uma base elevada dificulta um salto expressivo nas vendas em 2025. Segundo ele, o ambiente econômico atual, marcado por uma taxa básica de juros em 15% ao ano, afeta diretamente o ritmo de crescimento do comércio. “Embora esse desempenho possa parecer modesto, é importante lembrar que, no ano passado, essas três atividades registraram crescimento de 10%. Ou seja, trata-se de uma base comparativa elevada”. “Como a Fecomércio-BA vem observando, o cenário de juros mais altos impõe dificuldades naturais para que as vendas avancem em um ritmo mais forte”, completa o analista.
O levantamento aponta que os segmentos de vestuário e calçados, tradicionalmente os mais procurados no período do Dia dos Pais, devem registrar crescimento de 2%. Já farmácias e perfumarias aparecem com estimativa de alta de 4%, impulsionadas por uma demanda consistente por produtos de higiene e beleza. Na contramão, o setor de eletroeletrônicos pode registrar retração de até -2%. Isso se deve, principalmente, ao alto valor agregado dos produtos e à forte dependência do crédito para aquisição parcelada. Com o custo do crédito elevado, o consumidor tende a adiar compras de maior valor, afetando diretamente o desempenho desse segmento.
Outro ponto de atenção levantado pela Fecomércio-BA é a variação dos preços dos produtos mais procurados para presentear na data. A chamada “cesta de inflação do Dia dos Pais”, elaborada com base em 17 itens monitorados pelo IPCA/IBGE na Região Metropolitana de Salvador, apresentou alta de quase 7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, essa variação havia sido de apenas 1,80%. Entre os produtos que mais encareceram estão os itens de higiene e beleza, como produtos para cabelo (8,29%) e barba (6,95%). Outros itens com alta significativa foram relógio de pulso (6,85%), calça comprida masculina (6,23%) e livros não didáticos (6,17%). Por outro lado, perfumes (-3,13%), sapato masculino (-1,84%) e sandálias (-0,44%) apresentaram queda nos preços.
Para o presidente do Sistema Comércio BA – Fecomércio, Sesc e Senac, Kelsor Fernandes, o Dia dos Pais segue sendo uma data estratégica para movimentar o comércio baiano, mesmo diante dos desafios econômicos. “É uma das datas mais importantes do calendário do varejo no segundo semestre, por estimular não apenas o consumo afetivo, mas também a movimentação de vários setores da economia”, afirma. A entidade reforça a importância de os consumidores realizarem uma ampla pesquisa de preços antes da compra, a fim de conciliar o desejo de presentear com o equilíbrio financeiro do orçamento doméstico. Com perspectivas cautelosamente otimistas, o comércio baiano aposta em mais uma boa temporada de vendas neste Dia dos Pais, mantendo o desempenho positivo observado em 2024 e reforçando o papel da data como motor relevante para a economia local.
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