A Bahia fechou um acordo de transferência de tecnologia de produção de medicamentos e gerenciamento de saúde na área de diabetes mellitus com representantes governamentais de Cuba. O alinhamento foi feito pelo secretário de Saúde Fábio Vilas-Boas, em visita ao país, nesta terça-feira (3). O governo de Cuba desenvolveu projetos de controle do diabetes e de suas complicações, que incluem amputações e cegueira. O protocolo é considerado bem sucedido por Vilas-Boas. A tecnologia cubana inclui uma molécula desenvolvida pelo Centro Cubano de Engenharia Genética e Biomolecular (CIGB) que é capaz de aumentar a circulação de sangue nas pernas e pés afetados pela doença vascular do diabetes. Através dela se evita a amputação que afeta 4.500 baianos por ano. O medicamento está em fase final de aprovação regulatória do Brasil, sendo a Bahiafarma, junto com a Fiocruz Biomanguinhos, os primeiros laboratórios a aplicarem o novo fármaco no país. Na área de oftalmologia, a tecnologia desenvolvida pelos cubanos se trata de uma vacina terapêutica que evita a formação de novos vasos na retina ocular de diabéticos (retinopatia diabética). A medicação promete ajudar a combater uma das principais causas de cegueira no país e economizar milhões de dólares para o Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS). “Além da transferência de tecnologia de medicamentos, o acordo incluirá ainda a cooperação técnica no desenvolvimento e implementação de um projeto de controle de sequelas de diabetes nas 28 regiões de saúde do estado, aproveitando a estrutura das 25 Policlínicas Regionais de Saúde, dos novos centros de Hemodinâmica e Cirurgia Vascular dos Hospitais Estaduais e de 200 salas de atendimento ao portador de pé diabético que estão em fase de implantação em 200 municípios baianos”, explicou Fábio Vilas-Boas. A previsão é de que já no segundo semestre de 2020 o projeto esteja em fase de implantação, com resultados a serem colhidos dentro de um ano.