Os incêndios florestais que assolam a Califórnia, desde terça-feira (7), atingem proporções alarmantes, especialmente na região de Los Angeles, onde mais de 100 mil pessoas foram evacuadas e cerca de 1 milhão de residências sofreram impactos diretos ou indiretos. Alimentadas por ventos de até 160 km/h, as chamas seguem fora de controle, desafiando os esforços de combate ao fogo e ampliando o rastro de destruição. A Wildfire Alliance, organização que une esforços do Corpo de Bombeiros da Califórnia e a MySafe:LA, revelou números alarmantes: mais de 2 mil imóveis foram destruídos, enquanto outros 1,5 milhão de domicílios estão sem energia. Até o momento, cinco mortes foram confirmadas, segundo o Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles.
Diante da gravidade da situação, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de desastre grave na Califórnia, permitindo a liberação de recursos federais para enfrentar os incêndios e ajudar os afetados. Em discurso oficial, Biden enfatizou o apoio imediato. “Minha equipe já forneceu suporte de previsão do tempo 24 horas por dia, 7 dias por semana, enviou cinco aviões-tanque e dez helicópteros de combate a incêndios, posicionou dezenas de caminhões de bombeiros, aprovou subsídios para reembolsar custos de combate a incêndios e aprovei a solicitação do governador Newsom para uma Declaração de Grande Desastre”, afirmou Biden. Em nota, a Casa Branca divulgou que, além de recursos emergenciais, os esforços se concentrarão na recuperação das comunidades afetadas após o controle das chamas. Biden também conversou com a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, sobre as ações em andamento para conter os incêndios.. “Hoje, o presidente Biden aprovou uma declaração de grande desastre para a Califórnia, permitindo que os sobreviventes acessem imediatamente fundos e recursos para impulsionar sua recuperação”, diz o trecho da nota.
Enquanto os esforços emergenciais continuam, o presidente eleito, Donald Trump, usou sua plataforma na rede social Truth para criticar o governador Gavin Newsom. Segundo ele, a má gestão dos recursos hídricos agravou a situação dos incêndios. Trump destacou ainda que Newsom se recusou a assinar a declaração de restauração da água apresentada a ele, que teria permitido que milhões de galões de água, oriundos do excesso de chuva e do derretimento da neve do Norte, fluíssem diariamente para muitas partes da Califórnia. “Agora o preço final está sendo pago. Exigirei que esse governador incompetente permita que a água doce, limpa e bonita flua para a Califórnia!”, escreveu Trump na rede social.
Os incêndios atingem áreas emblemáticas da Califórnia, como Pacific Palisades e as montanhas de Santa Monica, conhecidas por abrigarem mansões luxuosas e o famoso letreiro Hollywood. Em Venice Beach, moradores relataram avistar as chamas, mesmo estando a 10 quilômetros de distância. Na região de Altadena, , subúrbio de Los Angeles, o foco batizado como Eaton já destruiu 4.280 hectares nas últimas 24 horas. Rodovias foram bloqueadas para facilitar o trabalho das equipes de emergência, mas as condições adversas dificultaram as evacuações. Relatos de moradores afirmam que muitos foram obrigados a abandonar veículos e fugir a pé. “As pessoas estavam saindo dos carros com seus cachorros, bebês e bolsas, elas estavam chorando e gritando. A estrada estava bloqueada, tipo, totalmente bloqueada por uma hora”, declarou a moradora Kelsey Trainor. Celebridades também foram afetadas. A atriz Jamie Lee Curtis compartilhou em suas redes sociais que precisou evacuar sua residência. ““Minha comunidade e possivelmente minha casa estão pegando fogo. Minha família está a salvo. Muitos dos meus amigos vão perder suas casas. Muitas outras comunidades também. Há tantos relatórios conflitantes. Com toda a tecnologia que existe, parece haver tão pouca informação. Por favor, compartilhem apenas fatos”, pediu Curtis.
Os esforços de contenção continuam, mas os desafios são imensos. Com ventos fortes e condições climáticas extremas, os bombeiros enfrentam dificuldades para estabilizar os focos de incêndio. Segundo especialistas, a recuperação completa das áreas devastadas levará anos e demandará investimentos robustos. As autoridades estaduais e federais reforçaram o compromisso de apoiar as vítimas e prevenir futuros desastres. A reconstrução de infraestruturas e o manejo sustentável de recursos hídricos entram como prioridades nas estratégias pós-incêndio.
As equipes de resgate continuam monitorando áreas de risco e providenciando abrigo temporário para os desabrigados. O governo local, em parceria com ONGs, está organizando doações e assistência médica para as famílias afetadas. Esses incêndios ressaltam a urgência de políticas públicas eficazes para mitigar os impactos das mudanças climáticas, um fator cada vez mais influente nos desastres naturais.
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