As festas de fim de ano, marcadas por tradições e encontros familiares, têm passado por uma transformação impulsionada pela tecnologia. A conectividade e os aplicativos, que fazem parte do cotidiano, também estão redefinindo a forma como organizamos, celebramos e compartilhamos esses momentos. Mas até que ponto essa digitalização enriquece – ou prejudica – nossas experiências?
Planejar uma ceia de Natal ou uma festa de Réveillon pode ser desafiador, mas aplicativos e plataformas têm assumido o papel de aliados indispensáveis. Ferramentas como o Google Keep e o Trello ajudam a montar listas de compras e a distribuir tarefas entre os participantes. Para quem deseja organizar festas maiores, aplicativos como Eventbrite facilitam o envio de convites e o controle da lista de convidados. “A praticidade desses apps é inegável. Eu usei o Trello para dividir as responsabilidades na ceia em família e evitar confusões”, conta a administradora Joana Lima, 34 anos. Já para os que preferem personalizar os convites e criar algo especial, plataformas como o Canva oferecem modelos temáticos para surpreender amigos e familiares. Além disso, serviços como iFood e Uber Eats simplificam a logística das ceias, permitindo que até os menos habilidosos na cozinha garantam um banquete completo.
As redes sociais se tornaram parte inseparável das comemorações de fim de ano, permitindo que amigos e familiares distantes compartilhem momentos. Ferramentas como o WhatsApp e o Zoom possibilitam videochamadas com parentes em outros países, enquanto o Instagram e o TikTok são usados para registrar os melhores momentos – e, claro, impressionar os seguidores. Contudo, essa hiperexposição também levanta questões sobre autenticidade e saúde mental. Para a psicóloga Carla Mendonça, o excesso de compartilhamento pode prejudicar a experiência. “Se a preocupação principal for capturar o ‘clique perfeito’, as pessoas podem perder a essência do momento. É importante equilibrar o uso das redes sociais para que a comemoração não se torne apenas um espetáculo virtual”.
A tecnologia também tem moldado o comportamento social nas festas. Entre o hábito de conferir notificações a todo instante e a tendência de postar cada detalhe, muitos acabam mais conectados ao celular do que às pessoas ao redor. O jornalista Marcos Pereira, 29 anos, percebeu essa mudança em seu último Réveillon. “Estava em uma festa incrível, mas a maioria dos convidados parecia mais preocupada em gravar stories do que em aproveitar a energia do lugar. A interação real foi deixada de lado”, lamentou.
Enquanto a tecnologia traz facilidades e aproxima pessoas, é fundamental utilizá-la com moderação. Estabelecer momentos offline, evitar o uso excessivo do celular durante as celebrações e valorizar as interações presenciais são atitudes que podem resgatar o significado das festas. Além disso, aplicativos como o Forest ajudam a reduzir o tempo de tela, incentivando os usuários a focarem nas interações reais. Para quem deseja registrar os momentos sem se desconectar, a dica é definir horários específicos para fotografar ou postar nas redes.
Neste fim de ano, a tecnologia continua a ser uma aliada valiosa para transformar celebrações em experiências práticas e inclusivas. Porém, a reflexão que fica para 2024 é: como equilibrar o mundo digital com a necessidade de vivenciar momentos reais? Afinal, as melhores memórias são feitas não apenas de pixels, mas de conexões humanas verdadeiras.
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