Bahia tem sete entre 10 municípios do país com maior proporção de homicídios em 2022, aponta Atlas da Violência

18/06/2024 12:56 • 3m de leitura

Dos 10 municípios brasileiros com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2022, sete estão na Bahia. A informação é do Atlas da Violência 2024, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Divulgado nesta terça-feira (18), o ranking é liderado por Santo Antônio de Jesus, cidade do Recôncavo baiano, com taxa de homicídios estimada em 94,1. A lista segue com Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3) nas terceira, quarta e quinta posição, respectivamente. Depois, vem Salvador no nono lugar (66,4), e Feira de Santana, no décimo (66,0). Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que a redução das mortes violentas é uma prioridade para a pasta. Disse ainda que, nos últimos sete anos, o índice apresentou diminuição de 27%. [Confira nota na íntegra ao final da matéria]

Ranking da Violência: cidades baianas com maiores taxas de homicídio

MunicípioUFTaxa de homicídios
Santo Antônio de JesusBA94,1
JequiéBA91,9
Simões FilhoBA81,2
CamaçariBA76,6
JuazeiroBA72,3
SalvadorBA66,4
Feira de SantanaBA66,0
EunápolisBA59,8
IlhéusBA59,3
Luís Eduardo MagalhãesBA58,4
Teixeira de FreitasBA57,8
Lauro de FreitasBA51,1
AlagoinhasBA51,0
Porto SeguroBA49,9
ItabunaBA47,7
Paulo AfonsoBA44,3
BarreirasBA36,9
Vitória da ConquistaBA22,1
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e Fórum Brasileiro de Segurança Pública

De acordo com os pesquisadores, esses números são parte de um contexto em que a violência letal tem se alastrado por todo o território baiano. Até 2022, pelo menos 10 facções criminosas disputavam territórios em terra e também na Baía de Todos-os-Santos, espaço geográfico considerado estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas. “Salvador e Camaçari foram os municípios com maior número de tiroteios em 2022, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Além do PCC e do CV, a Bahia contava com mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC”, avaliam os pesquisadores do atlas. Os estudiosos ainda criticam o “modelo falido de guerra às drogas” perpetuado pelo governo da Bahia, “com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação”. O resultado é que o estado também está na liderança dos índices de letalidade policial.

G1*

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