Dos 10 municípios brasileiros com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2022, sete estão na Bahia. A informação é do Atlas da Violência 2024, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Divulgado nesta terça-feira (18), o ranking é liderado por Santo Antônio de Jesus, cidade do Recôncavo baiano, com taxa de homicídios estimada em 94,1. A lista segue com Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3) nas terceira, quarta e quinta posição, respectivamente. Depois, vem Salvador no nono lugar (66,4), e Feira de Santana, no décimo (66,0). Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que a redução das mortes violentas é uma prioridade para a pasta. Disse ainda que, nos últimos sete anos, o índice apresentou diminuição de 27%. [Confira nota na íntegra ao final da matéria]
Ranking da Violência: cidades baianas com maiores taxas de homicídio
Município | UF | Taxa de homicídios |
Santo Antônio de Jesus | BA | 94,1 |
Jequié | BA | 91,9 |
Simões Filho | BA | 81,2 |
Camaçari | BA | 76,6 |
Juazeiro | BA | 72,3 |
Salvador | BA | 66,4 |
Feira de Santana | BA | 66,0 |
Eunápolis | BA | 59,8 |
Ilhéus | BA | 59,3 |
Luís Eduardo Magalhães | BA | 58,4 |
Teixeira de Freitas | BA | 57,8 |
Lauro de Freitas | BA | 51,1 |
Alagoinhas | BA | 51,0 |
Porto Seguro | BA | 49,9 |
Itabuna | BA | 47,7 |
Paulo Afonso | BA | 44,3 |
Barreiras | BA | 36,9 |
Vitória da Conquista | BA | 22,1 |
De acordo com os pesquisadores, esses números são parte de um contexto em que a violência letal tem se alastrado por todo o território baiano. Até 2022, pelo menos 10 facções criminosas disputavam territórios em terra e também na Baía de Todos-os-Santos, espaço geográfico considerado estratégico para a logística de transporte, fornecimento e exportação de drogas e armas. “Salvador e Camaçari foram os municípios com maior número de tiroteios em 2022, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Além do PCC e do CV, a Bahia contava com mais oito grupos criminosos fundados no próprio estado, que provocaram conflitos letais derivados de rupturas e alianças, como entre o Bonde do Maluco (BDM) e o PCC”, avaliam os pesquisadores do atlas. Os estudiosos ainda criticam o “modelo falido de guerra às drogas” perpetuado pelo governo da Bahia, “com a explícita orientação para o confronto como estratégia política, na lógica do tiroteio, e não da investigação”. O resultado é que o estado também está na liderança dos índices de letalidade policial.
G1*