O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — subiu 0,21% em outubro, informou nesta quinta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração de 0,14 ponto percentual em relação ao mês passado, quando o indicador avançou 0,35%. No entanto, os números vieram acima das projeções do mercado, que previa uma alta mais modesta de 0,17%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,05%, acima dos 5,00% registrados no período imediatamente anterior. Já em 2023, até aqui, a prévia da inflação já avançou 3,96%. Em outubro, sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram variação positiva. A maior alta veio, pela segunda vez consecutiva, do grupo de Transportes, que subiu 0,78% no mês. Dentro do grupo, o grande destaque fica com as passagens aéreas, que dispararam 23,75%. Habitação e Saúde e cuidados pessoais também tiveram forte influência sobre o resultado da prévia da inflação, com altas de 0,26% e 0,28%, respectivamente.
Passagens e transporte por app em alta, mas combustíveis caem
O grupo de Transportes, pelo segundo mês, foi o que apresentou maior alta e maior peso sobre o IPCA-15. Neste mês, a principal contribuição para o avanço dos preços no grupo foram as passagens aéreas – que tiveram o maior impacto individual no índice em outubro, com 0,16 ponto percentual, segundo o IBGE. Os transportes por aplicativo também apresentaram uma alta importante no mês, com variação positiva de 5,64% nos preços. Outro item que subiu foi emplacamento e licença de veículos, com alta de 1,64%. Em contrapartida, os combustíveis – que, muitas vezes, são os vilões da inflação – apresentaram queda de 0,44% em outubro, segurando uma alta mais acentuada do IPCA-15. Os preços da gasolina (-0,56%), etanol (-0,27%) e gás veicular (-0,27%) caíram, enquanto óleo diesel foi o único a avançar, com alta de 1,55%.
Habitação e saúde também ficaram mais caros
Os preços do gás de botijão e do aluguel residencial contribuíram para que Habitação ficasse mais caro em outubro. Enquanto o botijão teve uma alta de 1,24%, o aluguel subiu, em média, 0,29%. Por uma influência regional, a taxa de água e esgoto também avançou no mês. A alta foi de 0,27%, em razão de um reajuste de 6,75% nos preços em Salvador (BA). A energia elétrica residencial, no entanto, teve queda de 0,07%. No grupo de Saúde e cuidados pessoais, a alta mais expressiva veio dos planos de saúde, que subiram 0,77%, enquanto os itens de higiene pessoal ficaram 0,05% mais caros, puxados por perfumes (1,24%) e produtos para cabelo (0,45%).
Alimentação teve queda nos preços
A queda no grupo de Alimentação e bebidas, a maior do IPCA-15 de outubro, foi puxada pela baixa de 0,52% na alimentação no domicílio. Os preços do leite longa vida (-6,44%), feijão-carioca (-5,31%), ovo de galinha (-5,04%) e das carnes (-0,44%) estão entre as quedas que se destacaram no mês, de acordo com o IBGE. Já o arroz e as frutas, com altas de 3,41% e 0,71%, respectivamente, são os itens com maiores altas nos preços. A alimentação fora do domicílio, por outro lado, apresentou alta de 0,21%, mas representando uma desaceleração em relação a setembro, quando o avanço foi de 0,46%.