O ex-metalúrgico e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à Presidência da República pela primeira vez em 2003, foi reeleito em 2007 e agora é novamente eleito para ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023. Com 98,81% das urnas apuradas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou a vitória do petista, com pequena vantagem sobre o adversário, o presidente Jair Bolsonaro: 50,83% a 49,17% dos votos válidos. Nascido em 27 de outubro de 1945, em Garanhuns, Pernambuco, Luiz Inácio partiu ainda cedo para São Paulo com a família. Começou a trabalhar como metalúrgico em 1960 e, após ser convencido por um irmão, entrou para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e passou a atuar como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi nessa época que passou a ser chamado de Lula. Passou a ganhar projeção nacional quando assumiu a presidência do sindicato em 1975 e, de 1978 a 1980, foi um dos líderes de greves gerais no país. Na época, chegou a ficar preso por 31 dias no Departamento de Ordem Polícia e Social (Dops), com base na Lei de Segurança Nacional. Ao ser libertado, voltou a atuar como sindicalista, criando o Partido dos Trabalhadores com o apoio de religiosos, intelectuais, artistas, estudantes e militantes da luta armada. Foi o primeiro presidente da sigla e se tornou o principal líder de oposição. Também foi neste período que Lula articulou a criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Lula foi uma das figuras mais atuantes nas Diretas Já, um movimento político e popular desenvolvido durante a ditadura militar, entre março de 1983 e abril de 1984, de luta pela retomada das eleições diretas para a presidência da República. A primeira vez que ele foi eleito para um cargo público foi em 1983, quando se tornou o deputado federal mais votado do país. Já dentro do Congresso, Lula foi um dos deputados constituintes, que elaboraram a Carta de 1988. A luta para chega à Presidência da República foi árdua. Foram três eleições seguidas perdidas: em 1989, 1994 e 1998. Lula venceu pela primeira vez em 2002, derrotando José Serra (PSDB) e assumindo o cargo no ano seguinte. Ele foi reeleito em 2006 e comandou o país até o final de 2011. Seu primeiro mandato foi marcado por política econômica conservadora, pela queda no desemprego e pelos investimentos na área social. Adotando uma política de redistribuição de renda para a os mais carentes, o então presidente lançou programas como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Prouni, Luz para Todos, Fome Zero, Cisternas do Nordeste, Farmácia Popular, Brasil Sorridente, Samu 192, Enem, dentre outros. Nos seus primeiro quatro anos no governo, reduziu os índices de pobreza, extrema pobreza, desigualdade de renda, mortalidade infantil e trabalho na infância. Na mesma época, cresceram a frequência escolar, o poder aquisitivo de grande parte das famílias e o salário mínimo em termos reais. Já no seu segundo mandato lançou o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento -, um conjunto de medidas pensadas para a aceleração do crescimento da economia brasileira. O programa previa o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas também o crescimento da inflação. Em 2007, diversos setores tiveram a retomada da atividade econômica, com destaque para a Agropecuária, o setor automotivo e a construção civil. Foi desenvolvido o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como objetivo de nivelar a educação brasileira com a dos países, além da criação de um índice para medir a qualidade do ensino e de um piso salarial para os professores de escolas públicas. A crise global de 2008 teve reflexos no Brasil. Contudo, como o primeiro semestre ainda havia apresentado um desempenho econômico forte, o PIB nacional terminou o ano com uma taxa equilibrada.