O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vai manter a tradição de o Brasil ser a nação que vai abrir a Assembleia-Geral da ONU, que começa nesta terça-feira (21), nos Estados Unidos, cercada de muita expectativa. Porém, mesmo adotado um discurso mais moderador, a fala do chefe do Executivo federal não deve trazer qualquer impacto positivo para o país. De acordo com integrantes do Itamaraty, a avaliação é a de que a a falta de credibilidade do presidente e do país permanecerão, já que todas as ações de Bolsonaro vão em direção oposta ao equilíbrio e à moderação. Entre essas ações, diplomatas apontam o negacionismo do presidente sobre a vacina, o desmonte da política ambiental e os discursos golpistas, em especial no 7 de setembro. Lembram que também pesa contra a credibilidade de Bolsonaro as duas falas que já fez na ONU, repletas de teorias negacionistas e com ataques a outras nações. A proposta da discurso encaminhado a Bolsonaro pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, e sua equipe buscou focar aspectos positivos do país. Porém, o discurso “menos inflamado” foi recebido por Bolsonaro como descontentamento. A dúvida que permanece entre membros da pasta é o quanto dessas sugestões serão acatadas pelo presidente.