Testes de uma vacina brasileira contra a Covid-19 em formato de spray tiveram resultados positivos. O imunizante está sendo produzido pela Faculdade de Medicina e Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto do Coração (InCor). As informações são do portal da revista Exame. O grupo de pesquisadores se mostra otimista com o avanço do desenvolvimento, e espera que a vacina possa estar disponível já em 2021. A aplicação por meio de spray, na visão dos cientistas, pode ter uma ação mais rápida do que aquelas feitas por injeção, como a da AstraZeneca e a do laboratório chinês Sinovac. De acordo com o professor da USP, Marco Antonio Stephano, “A vacina aplicada por um spray nasal permite a criação dois tipos de anticorpos e não somente aquele criado quando a vacina é administrada por injeção”. Além disso, esse método permite que o imunizante chegue nas vias aéreas superiores e nos pulmões. Assim que estiver pronta, a aplicação será feita em quatro doses, com intervalo de alguns dias entre as aplicações. Por ora, as fases 1 e 2 de testes ainda não começaram. A previsão é que a primeiras se inicie em novembro e a segunda entre janeiro e fevereiro do ano que vem. Stephamo ainda comenta que possíveis reações adversas são menores em vacinas por spray nasal em relação às injetáveis. A mais grave, apesar de muito rara, é a chamada paralisia de Bell, que tira os movimentos dos nervos da face. O Brasil registra 150 mil casos da condição por ano, e o tratamento é feito por meio de fisioterapia. Enquanto isso, nos Estados Unidos, há registros de que os testes da vacina injetável da farmacêutica Moderna causou efeitos em um paciente como impedimento de conseguir levantar o braço. Além disso, ele teve febre de 39,4°, e chegou a desmaiar. Outra vantagem do imunizante nasal é o preço. Enquanto quatro doses da injetável da farmacêutica Pfizer, por exemplo, custa em torno de R$ 214,00, a expectativa é que a brasileira tenha valor de R$ 100,00. A demora para a produção, no entanto, se justifica pela falta de investimento no país. De acordo com levantamento realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, o orçamento para as áreas de ciência e tecnologia no Brasil é de R$ 4,7 bilhões. O número é 38% menor do que no ano passado.