No mundo, o Coronavírus já deixa 2 bilhões de pessoas isoladas em suas casas neste momento. A expectativa é que esse número só aumente nos próximos dias. As principais economias do mundo estão paradas e não há perspectiva de “normalização”. Muita gente está morrendo e nosso estilo de vida está sendo repensado em todo o mundo. A China está de quarentena há meses. A Itália tem quase um mês e já anunciou que haverá prorrogação da quarentena. O Brasil está no início das ações restritivas, mas especialistas já apontam que elas podem durar por meses. Num cenário positivo, teremos o retorno da “normalidade” em Agosto ou Setembro. A Bahia perde 110 milhões por dia com as restrições. Nada disso importa, afinal, temos que cuidar da nossa saúde. Comércios, indústrias, serviços, feiras-livres e autônomos estão no mesmo barco. A roda da economia estagnou e, nos próximos meses, vai girar, mas totalmente adaptada aos novos tempos, nunca mais como antes. Todos nós teremos que aprender e nos adaptar. É nesse contexto que nossa sociedade terá que retomar suas características mais seculares no modo de vida. Por décadas, nosso estilo de vida ignorou os avisos da natureza. Normalizamos Mariana, Brumadinho, Ebola, Fome, Guerras (…). Estivemos amplamente deslumbrados com a globalização e o consumismo desenfreado. De agora em diante, temos a chance de refletir sobre quem somos nesse mundo e nos conectaremos ao fato de que fazemos parte da natureza. Nosso dia-a-dia será mais simples; lembraremos do que realmente precisamos para sobreviver; perceberemos que a ganância terá que ser superada pela abnegação; e perceberemos que ou a gente muda, ou a natureza nos fará mudar à força. Neste sentido, mesmo quando superarmos a luta contra o Coronavírus, sempre lembraremos que somos frágeis, humanos e estamos suscetíveis aos desígnios da natureza.
Texto de Felipe Sales
Editor do A Voz do Campo
