2024 caminha para ser o ano mais quente já registrado, aponta Copernicus

10/12/2024 03:07 • 3m de leitura

O Programa de Observação da Terra da União Europeia, Copernicus, anunciou nesta segunda-feira (9) que 2024 será provavelmente o ano mais quente desde o início dos registros meteorológicos. De acordo com os dados, este será o primeiro ano em que a temperatura global deverá ultrapassar 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, um marco significativo na história climática. A informação é do G1. Em novembro deste ano, a temperatura média global atingiu 14,1ºC, superando em 0,73ºC a média de 1991 a 2020. Esse mês foi 1,62ºC mais quente em comparação aos níveis pré-industriais, tornando-se o segundo novembro mais quente já registrado, atrás apenas de 2023. Segundo o observatório, é possível confirmar com quase certeza que 2024 será o ano mais quente já registrado.

Aumento de 1,5ºC e os desafios climáticos

O aumento de 1,5ºC, que era um dos objetivos estabelecidos no Acordo de Paris de 2015, se torna uma realidade mais próxima com os dados apresentados. Embora um único ano ultrapassando essa marca não seja considerado uma violação do acordo, uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca. A comunidade internacional, desde a conferência da ONU em Paris, busca limitar o aquecimento global a esse patamar médio ao longo de várias décadas. Em janeiro de 2024, o Copernicus também confirmou que 2023 havia sido o ano mais quente até então, com uma temperatura média global de 14,98ºC, 0,17ºC a mais do que o recorde anterior, de 2016. Esses dados revelam uma tendência de aquecimento crescente, que vem se intensificando nos últimos anos.

O impacto das altas temperaturas e a resposta global

Além das conclusões do Copernicus, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência das Nações Unidas, também apontou em seu relatório de novembro que 2024 deverá ser o ano mais quente já registrado. O relatório destaca que o período entre 2015 e 2024 é o mais quente desde o início dos registros, e que os últimos 16 meses, de junho de 2023 a setembro de 2024, provavelmente superaram todas as médias anteriores, com grandes margens de variação. A OMM também reportou que, entre janeiro e setembro de 2024, a temperatura média global foi de 1,54ºC acima dos níveis pré-industriais, o que demonstra uma aceleração no aquecimento global. O aumento das temperaturas tem gerado uma crescente preocupação em relação aos impactos no clima, nos ecossistemas e na vida humana, além de pressionar governos e organizações a intensificarem ações para mitigar as mudanças climáticas.

Tecnologia e monitoramento climático global

O Copernicus, que foi criado em 2014, se baseia em uma extensa rede de dados coletados por satélites, aviões, navios e estações meteorológicas de todo o mundo. Esse monitoramento global permite uma análise precisa das mudanças climáticas e das tendências de aquecimento, fornecendo informações essenciais para políticas de adaptação e mitigação. Além disso, o programa tem contribuído para a disseminação de dados e a conscientização sobre os riscos do aquecimento global, o que fortalece a ação de governos, organizações e cidadãos para lidar com os desafios climáticos. A cada ano, o Copernicus continua a ser uma ferramenta importante para acompanhar o progresso em relação às metas climáticas globais.

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