Manter laços de amizade ao longo dos anos pode ser um verdadeiro desafio, principalmente à medida que cada pessoa segue seu próprio caminho na vida. No entanto, para um grupo de amigos originários do distrito de Pedra Alta, na zona rural de Araci, região sisaleira da Bahia, essa trajetória não representou um obstáculo. Desde 2013, esses amigos têm mantido uma tradição única: reunir-se a cada última segunda-feira do ano para celebrar as conquistas e brindar ao ano que se encerra. Esse ano, eles se reencontraram na segunda-feira dia 25 de dezembro.
A palavra-chave que permeia esses encontros é “amizade” e “união”. Para eles, trata-se do fortalecimento de vínculos, da celebração das vitórias e conquistas do ano findo em companhia dos amigos. Mesmo para aqueles que não residem mais em Pedra Alta e que passam longos períodos sem se encontrar, esse evento representa um momento de festa, de trocas e de emoções durante os reencontros.
Diogo Moura, um dos membros fundadores desse grupo, compartilhou a origem dessa tradição. O primeiro encontro, segundo ele, ocorreu de maneira casual, quando alguns amigos se reuniram para papear e tomar algumas bebidas no Bar do Rene. Com o tempo, outras pessoas de diferentes círculos de amizade juntaram-se à diversão, resultando em uma celebração que se estendeu até altas horas da madrugada.
“A ideia surgiu de brincadeira, comparando com o evento ‘Melhor Segunda-Feira do Mundo’ promovido pelo Harmonia do Samba em Salvador em janeiro. Eu disse na época: ‘Em Salvador é a Melhor Segunda Feira do Mundo, aqui a gente celebra a Última Melhor Segunda-Feira do Mundo’. A partir desse momento, decidimos nos reunir todos os anos, utilizando a cor branca como tradição, uma vez que, no réveillon, as pessoas costumam se vestir com cores variadas. Ao longo dos anos, as mesas cresceram, a única exigência era estar vestido de branco, caso contrário, brincadeiras à parte, eram ‘expulsos’ (risos). Surgiram canecas temáticas, petiscos, a festa ganhou forma, novas amizades foram se formando, outras se fortalecendo, e chegamos ao que é hoje: uma grande comunidade de amigos de Pedra Alta, sempre com o apoio fundamental do amigo Rene Bar, e a organização impecável das amigas Nara Lima e Karine, que tornam tudo ainda mais especial,” contou Diogo ao Voz do Campo.
Diogo disse ainda a importância de completar uma década do grupo de amigos. ‘Esses 10 anos representam mais do que uma simples marca temporal. Para todos os envolvidos, essa década é um testemunho da resiliência de um evento espontâneo, desprovido de interesses lucrativos, que tem como único propósito promover o amor, a amizade e a celebração,” resumiu Moura. Essa união, segundo Diogo, transcende o tempo, tornando-se uma parte intrínseca de suas vidas, uma conexão que persiste mesmo à distância. Em meio aos desafios enfrentados, incluindo os períodos desafiadores da pandemia, Diogo enfatizou que o vínculo entre os membros do grupo só se fortaleceu. “Mesmo diante das adversidades que impediram celebrações presenciais, mantivemos viva a chama da amizade. Esses 10 anos são mais do que uma comemoração do passado, são uma promessa de que virão mais 10. Cada ano que se seguirá, será marcado por ainda mais realizações e momentos compartilhados, reforçando a ideia de que a trajetória desse grupo está longe de alcançar seu auge,” finalizou o pedraaltense como se consideram.